domingo, 21 de outubro de 2007

Artigo - O âmago da corrupção



Quanto custa a corrupção por ano à nossa nação? Como isso influi no crescimento do país? E o que poderia ser feito para diminuir as práticas corruptoras que reinam nos quatro cantos do Brasil? Perguntas como estas são rotineiramente feitas por aqueles que se preocupam com o alarmante quadro desenhado por nossos políticos e governantes. Mas a questão que influi de forma mais acintosa e preocupante nos remete a um ponto ainda mais complexo. Ou seja, por que esse lesivo processo está enraizado em nossas instituições?
A grande controvérsia está onde menos se espera. A devassidão muitas vezes está ao nosso lado, dentro de nossos lares e círculos de amizades. Os principais males brasileiros nasceram e criaram proporções ainda maiores dentro da própria sociedade e no cerne de algumas atitudes do homem. “Existem atitudes éticas que determinadas classes sociais ou povos assumem de modo irracional e irrefletido, porque foram aprendidas desde a mais tenra infância”, afirma o conceituado cientista político Roberto Romano. A malandragem brasileira está explícita em todos os níveis e setores. Essa é a reflexão que deve ser feita.
Ética, justiça e verdade são ideais que norteiam nossas vidas. O grande problema desapercebido por muitos é o nível defasado em que estes valores se encontram. Temos que rediscutir o papel do Estado, da sociedade e o do ser humano. Diariamente nos deparamos com situações em que somos testados. Seja no trânsito, no trabalho, na escola ou dentro de nossos lares, nossa ética e moral são e sempre serão testadas.
Para relembrar um pouco, há pouco mais de dois anos era deflagrado o famigerado esquema do ‘mensalão’. Descobrimos que Marcos Valério era quase o ‘chefe’ da nação intitulada Brasil. De lá para cá, pouca coisa mudou no noticiário. Os escândalos prosseguem na mesma ordem e com o mesmo teor, mudam-se apenas os nomes. Não se concentra em partidos ou grupos de políticos. É geral. A corrupção aparenta estar embutida no gênero humano. O poder apenas revela algo que nem mesmo o corruptor sabia que estava dentro de si. Mas que no fundo, sempre esteve.
EM TEMPO - Para aqueles que sentiram a curiosidade em conhecer as cifras geradas em nosso país com os desvios em torno de superfaturamentos e toda ordem de devassidão, recentes estudos organizados por renomados institutos de pesquisa, falam na ordem de mais de R$ 20 bilhões anuais. Isso para ficar apenas em valores materiais.

Postado por Vitor Baqueta

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